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terça-feira, 2 de março de 2010

Um pouco... do começo!

Bom... vou começar a contar, então. Vida "normal": infância, adolescência com todo o vigor próprio a cada instante vivido. Talvez a mim um pouco mais intenso, no sentido de sempre querer mais. Talvez ultrapassar o que me era permitido, fizesse instintivamente parte de mim. Até que, quando tinha 18 anos, comecei a sentir os primeiros sintomas... 18 anos! Recordo que nesta idade estava com todas as perspectivas afloradas e aceleradas: terminando a escola tecnica, primeiro emprego (desfrutando do fato de começar a ter independência financeira) e descobrindo o prazer de sair pra onde bem quisesse. Gozando assim, de uma "liberdade" que era tão almejada. Foi aí, que veio. De maneira lenta a princípio: pequenas dores e inchaços em locais estratégicos, como nas juntas entre pés e tornozelos; entre os dedos das mãos; e entre as mãos e os pulsos. Até aí, norma! Dores de "cansaço". Muito movimento, quem sabe?! E os pés??? "Muito salto alto"! - Diziam todos. Contudo, logo em seguida, vieram as primeiras febres. Que saco! Justamente começaram no domingo que antecedia a segunda-feira que começaria em um novo emprego, que com certeza que ganharia melhor que o anterior. Mas, vieram. Intensificando dia-a-dia. De virose a meningite, inúmeras "doenças" foram cogitadas tanto por curiosos, como por médicos especialistas. Sem falar do dentiqueiro que na mesma época teimava em apresentar problemas. O jeito foi me subiter a uma cirurgia para tirá-lo em uma situação de total debilidade física em que me encontrava devido a misteriosa febre que dia-a-dia tirava minhas forças. A recuperação foi lenta e muito sofrida. Cada vez mais fraca, e assim se estenderam três longos meses, entre consultórios e exames dos mais diversos tipos (já não suportava mais ser furada). Passou meu aniversário de 19 anos, que me recordo que foi um dia que estava bastante esperançosa, entretanto não deixou de ser um dia que sentia inúmeras dores. E agora, já estava praticamente sem andar, com queda acentuada dos cabelos e manchas vermelhas nas maçãs dos rosto. Até que no último dia do mês de agosto, fui literalmente levada a um consultório médico nos braços. Chegando lá, de acordo com os exames já realizados e meu estado visivelmente clínico, tive finalmente o real diagnóstico do que tinha: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES). Coisa estranha, nunca tinha escutado se quer falar. Lá mesmo no consultório tomei as primeiras doses de corticóide, e fui levada para casa. Na mesma noite, fui capaz de me levantar sozinha para ir ao banheiro, coisa que a muito não fazia sem a ajuda de alguém. E daí em diante, teve início o tratamento a base de cortcóide e imunossupressores. Para mim tudo era novidade, mas que em nenhum momento pelo menos psicologicamente não me sentia abalada. Bem mais abalada fiquei, quando na mesma época perdi a minha avó...


Fernanda Cavalcanti

2 comentários:

  1. Estou contigo minha amiga. Total apoio ao seu blog. Sabe que somos amigos pra vida toda. Beijos

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  2. É amiga, lembro-me muito bem desses tempos. Nunca tinha comentado isso c vc. Mas nessa época qdo fui te visitar, cheguei lá toda feliz te chamando e Fernando Jr veio abrir o portão. E eu logo perguntei, num ar de brincadeira. - Porque essa safada não veio abrir o portão? e Fernando respondeu: "Ela não consegue andar direito". Tomei um susto. Após a visita o unico sentimento q sentia, era que ia perder uma amiga e chorei muito. Sem muita coisa a fazer... Rezei, rezei e rezei por vc.
    Passaram-se 10 anos, mas lembro como se fosse ontem. Mas estamos aqui contando Histórias. Você sabe q sempre estarei quando precisares...

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