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sexta-feira, 15 de julho de 2011

O perigo das próteses de silicone e o Lúpus

 
 Observo o número de pessoas que não estão contentes co seus corpos, com suas aparências, sobretuo, as mulheres. Que vêm morrendo nas mesas de cirurgia fazendo lipos, pláticas e inserindo em seus corpos próteses de silicone acreditando que assim, sua autoestima ficará em alta. Sem esquecer de falar dos pós-cirúrgicos, os intermináveis riscos de infecções e rejeições do próprio organismo. Portanto, sinto-me na obrigação de alertar, especialmente as mulheres e homens que têm Lúpus, para os perigos principalmente na colocação de próteses de silicones. O perigo que é de desencandear novamente uma crise, por pura vaidade e irresponsabilidade consigo mesmo. Podendo ainda, desenvolver o lúpus em quem até então, não tinha.

Vejam o que falam os especialistas:

" Paciente resolve colocar prótese de silicone nos seios, acha que isso vai fazer que a altaestima melhore, pois não está nada bem consigo mesma. Quem tem Lupu pode fazer esse tipo de procedimento?
Primeiramente vamos aos estudos e as partes:

O LUPUS
O lúpus eritematoso sistémico (LES OU LUPUS) é uma doença crónica autoimune do tecido conjuntivo, na qual o sistema imune ataca as próprias células e tecidos do corpo, resultando em inflamação e dano dos tecidos. Esta doença, que atinge preferencialmente as mulheres, pode afectar todos os órgãos ou sistemas, em especial os rins, coração, pulmões e cérebro, sendo caracterizada pelo aparecimento de lesões cutâneas ou artrite.
Uma pessoa que tem LES desenvolve anticorpos que reagem contra as suas células normais, podendo consequentemente afetar a pele, as articulações, rins e outros órgãos.

O lupus varia de um paciente para outro, de casos simples que exigem intervenções médicas mínimas a casos significativos com danos a órgãos vitais como pulmão, coração, rim e cérebro. A doença é caracterizada por períodos de atividade intercalada por períodos de remissão que podem durar semanas, meses ou anos. Alguns pacientes nunca desenvolvem complicações severas.

A doença ocorre mais frequentemente em mulheres do que em homens, especialmente entre as idades de 15 e 50 anos.


SINTOMATOLOGIA:Eritema malar (vermelhidão característica no nariz e face), geralmente em forma de "asa de borboleta"
Lesões discóides cutâneas (rash discóide)
Fotossensibilidade
Úlceras orais e/ou nasofaríngeas, observadas pelo médico
Artrite não-erosiva de duas ou mais articulações periféricas, com dor, edema ou efusão
Alterações hematológicas (anemia hemolítica ou leucopenia, linfocitopenia ou plaquetopenia) na ausência de uma droga que possa produzir achados semelhantes
Anormalidades imunológicas (anticorpo antiDNA de dupla hélice, antiSm, antifosfolipídio e/ou teste sorológico falso-positivo para sífilis)
Fator antinuclear (FAN) positivo
Serosite (pleurite ou pericardite)
Alterações neurológicas: convulsões ou psicose sem outra causa aparente
Anormalidades em exames de função renal: proteinúria (eliminação de proteínas através da urina) maior do que 0,5 g por dia ou presença de cilindros celulares no exame microscópico de urina.


O SILICONE
O silicone é um composto quimicamente inerte, inodoro, insípido e incolor, resistente à decomposição pelo calor, água ou agentes oxidantes, além de ser bom isolante elétrico, inorgânico e derivado do cristal de rocha quartzo. Pode ser sintetizado em grande variedade de formas (de consistência líquida a de gel, borracha ou plástico duro) e com inúmeras aplicações práticas, por exemplo, como agentes de polimento, vedação, proteção e as próteses mamarias.
O silicone tornou-se comercialmente disponível em 1943 e a primeira utilização em implante subdérmica data do final da década de 40.
Na década de 80 apareceram os primeiros casos de queixas relacionadas ao aparelho locomotor em mulheres que haviam feito cirurgia de implante mamário. A partir daí surgiram progressivamente mais casos e a discussão tornou-se mais proeminente. Especulava-se sobre os mecanismos responsáveis pelos sintomas e entre eles estavam à transformação do silicone em sílica que é um potencial estimulador do sistema imune e a resposta imunológica contra micropartículas de silicone que poderiam ser liberadas da prótese.  Os pesquisadores também enfatizavam a tendência genética individual para o desenvolvimento de problemas após os implantes de silicone, uma vez que nem todos os pacientes apresentavam manifestações.
As principais doenças possivelmente associadas aos implantes de silicone eram a esclerose sistêmica, o lupus eritematoso sistêmico, a síndrome de Sjogren, e a artrite reumatóide. Muitas pacientes apresentavam sintomas inespecíficos como mialgia, fadiga e dor articular, ou um conjunto de queixas que sugeriam fibromialgia.
Assim, muitos estudos foram especificamente projetados para avaliar essa possível associação. Um estudo dinamarquês que acompanhou 190 mulheres submetidas à cirurgia de implantes de silicone, por tempo médio de 19 anos (chegando até 35 anos em alguns casos) e não foi encontrada relação entre o procedimento e qualquer doença reumática. Outro grande estudo dinamarquês de mais de 11 anos e que acompanhou 2761 mulheres submetidas à cirurgia de implantes de silicone, comparando-as com 8807 mulheres controles, também não pôde imputar às próteses qualquer aumento de risco para doenças reumáticas.
Mesmo os estudos em mulheres que sofreram ruptura dos implantes e, portanto, tiveram uma quantidade de silicone distribuído em contato por uma área corporal maior, não encontraram aumento na incidência de doenças como lúpus eritematoso, artrite reumatóide, síndrome de Sjogren ou artrite reumatóide.
Os estudos em outros países como Suécia, Austrália e Reino Unido foram semelhantes em mostrar a ausência de risco aumentado para doenças reumáticas.
Concluindo, não há, no momento, evidências de risco aumentado para doenças reumáticas em mulheres que se submeteram ao implante mamário de silicone. Um fato que deve ser considerado é que as doenças do tecido conjuntivo (como chamamos o grupo que inclui lúpus eritematoso, síndorme de Sjogren, dermatomiosite, polimiosite, esclerose sistêmica e artrite reumatóide) são, antes de tudo, mais frequentes em pacientes do sexo feminino. Isso pode ser um dos fatores que explicam o desenvolvimento de uma doença reumática após o implante de silicone - apenas uma coincidência.
Referências:1. Louise A. Brinton, Lenore M. Buckley, Olga Dvorkina, Jay H. Lubin, Theodore Colton, Mary Cay Murray, and Robert N. Hoover. Risk of Connective Tissue Disorders among Breast Implant Patients. American Journal of Epidemiology Vol. 160, No. 7:619-627.
2. Lipworth L, Tarone RE, McLaughlin JK. Silicone breast implants and connective tissue disease: an updated review of the epidemiologic evidence. Ann Plast Surg. 2004 Jun; 52(6): 598-601.

M. Montalto e colaboradores, clínicos da Universidade Católica de Roma, afirmam que algumas pessoas que fazem implante de silicone nas mamas, podem desenvolver as chamadas doenças do conectivo ou auto-imune, tais como, esclerodermia (esclerose ou endurecimento da pele), lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide. Esses autores afirmam que em pacientes mais jovens, pode se desenvolver uma artrite reumatóide mais grave que se chama Doença de Still, com comprometimento de órgãos internos, além das articulações. Nesse trabalho informam que os médicos precisam ficar atentos às queixas de dores articulares, irregulares, das pacientes que usam esse tipo de prótese, e fazer um tratamento adequado. Uma paciente muito jovem que os médicos não suspeitavam que tivesse colocado uma prótese de silicone, desenvolveu a forma de Still da artrite e foi tratada com cortisona melhorando do reumatismo, apesar de continuar com a prótese. Alguns médicos sugerem que em casos extremos a prótese seja removida.
A CIRURGIA
A cirurgia de aumento das mamas se faz com o uso das próteses de silicone de gel coesivo por vias variadas e colocação subglandular ou retromuscular. É sabido que todo ato cirúrgico resulta em m trauma que terá entre tantas reações a inflamação. É sabido também que o resultado desta inflamação resultará em uma cápsula que envolverá a prótese como resposta do organismo a este agente estranho ao corpo. Não se pode esquecer que uma das complicações a este procedimento é o seroma. Além do mais no pósoperatorion ou durante o ato cirúrgico o uso de antiinflamatórios poderá ser utilizado.

CONCLUSÃO DA BG
Achamos arriscada a colocação de prótese mamária em pessoas com Lupus pela sintomatologia da doença, pela falta de condições dos exames de pré-operatorio como o hemograma, por exemplo, por ser uma doença autoimune e, uma hora ou outra o organismo poderá não reconhecer a cápsula tecidual que se formará em volta da prótese. O Lupus poderá desencadear reação inflamatória persistente e formação de seroma resistente.
Portanto, não indicaríamos a cirurgia de colocação de próteses de silicone a uma portadora de lupus em atividade ou sob controle médico seja com altas doses de corticóides ou em uso de imunossupressores."

Fonte

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