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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Céu e Inferno íntimos



Conta-se que um dia um samurai, grande e forte, conhecido pela sua índole violenta, foi procurar um sábio monge em busca de respostas para suas dúvidas.
- Monge, disse o samurai com desejo sincero de aprender, ensina-me sobre o céu e o inferno.O monge, de pequena estatura e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro e, simulando desprezo, lhe disse:- Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo. Seu mau cheiro é insuportável.- Ademais, a lâmina da sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha para a sua classe.O samurai ficou enfurecido. O sangue lhe subiu ao rosto e ele não conseguiu dizer nenhuma palavra, tamanha era sua raiva.Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça e se preparou para decapitar o monge.- "Aí começa o inferno", disse-lhe o sábio mansamente.O samurai ficou imóvel. A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara. Afinal, arriscou a própria vida para lhe ensinar sobre o inferno.O bravo guerreiro abaixou lentamente a espada e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento.O velho sábio continuou em silencio.Passado algum tempo o samurai, já com a intimidade pacificada, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz.Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou:- "Aí começa o céu".Para nós, resta a importante lição sobre o céu e o inferno que podemos construir na própria intimidade.Tanto o céu quanto o inferno, são estados de alma que nós próprios elegemos no nosso dia-a-dia.A cada instante somos convidados a tomar decisões que definirão o início do céu ou o começo do inferno.É como se todos fôssemos portadores de uma caixa invisível, onde houvesse ferramentas e materiais de primeiros socorros.Diante de uma situação inesperada, podemos abri-la e lançar mão de qualquer objeto do seu interior.Assim, quando alguém nos ofende, podemos erguer o martelo da ira ou usar o bálsamo da tolerância.Visitados pela calúnia, podemos usar o machado do revide ou a gaze da autoconfiança.Quando injúria bater em nossa porta, podemos usar o aguilhão da vingança ou o óleo do perdão.Diante da enfermidade inesperada, podemos lançar mão do ácido dissolvente da revolta ou empunhar o escudo da confiança.Ante a partida de um ente caro, nos braços da morte inevitável, podemos optar pelo punhal do desespero ou pela chave da resignação.Enfim, surpreendidos pelas mais diversas e infelizes situações, poderemos sempre optar por abrir abismos de incompreensão ou estender a ponte do diálogo que nos possibilite uma solução feliz.A decisão depende sempre de nós mesmos.Somente da nossa vontade dependerá o nosso estado íntimo.Portanto, criar céus ou infernos portas à dentro da nossa alma, é algo que ninguém poderá fazer por nós.Pense nisso!Sua vontade é soberana.Sua intimidade é um santuário do qual só você possui a chave.Preservá-la das investidas das sombras e abri-la para que o sol possa iluminá-la só depende de você.Pense nisso! Fonte

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