"WASHINGTON, 8 Nov 2011 (AFP) -Um novo tratamento contra o lúpus,  doença autoimune que pode ser fatal, apresentou resultados promissores  nos primeiros testes clínicos feitos em pacientes europeus, disseram  esta terça-feira cientistas reunidos em uma conferência nos Estados  Unidos.
O novo tratamento, similar a uma vacina, é desenvolvida pela empresa de biotecnologia Neovacs, com sede na França.
As  injeções desta imunoterapia chamada Kinoid demonstraram ser seguras em  testes de fase I/II em um pequeno número de pacientes europeus, que  desenvolveram anticorpos contra o interferon alfa, anunciou a Neovacs em  reunião científica do Colégio Americano de Reumatologia (ACR, na sigla  em inglês), em Chicago.
"A injeção de Kinoid produz uma reação do  sistema imunológico, o que resulta na produção de vários anticorpos que  neutralizam o interferon alfa", disse o presidente executivo da Neovacs,  Guy-Charles Fanneau de La Horie.
"O que estamos propondo é um  tratamento muito simples e fácil de seguir por parte do paciente",  declarou à AFP, em entrevista por telefone antes da apresentação formal  dos resultados em Chicago.
O tratamento consiste em um trio de injeções no primeiro mês, seguido de uma injeção de três a quatro meses depois.
Após  um pequeno teste aleatório, há mais testes clínicos previstos e estudos  de fase IIb poderão começar em meados do próximo ano, disse Piers  Whitehead, vice-presidente de desenvolvimento corporativo da Neovacs.
"Acreditamos  que uma vantagem chave do nosso enfoque é que sabemos que podemos  neutralizar os 13 subtipos (de interferon alfa) com o nosso produto",  disse.
Os cientistas também conseguiram ver as mudanças no perfil  de expressão genética em alguns pacientes com excesso de interferon, um  sinal promissor de que o tratamento está funcionando, apesar de ser cedo  demais para chamá-lo de cura.
Em março, a Administração de Drogas  e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) dos Estados  Unidos aprovou o primeiro fármaco para tratar o lúpus em 56 anos.
O  Benlysta, desenvolvido pelo americano Human Genome Sciences e o  britânico GlaxoSmithKline, aponta para uma proteína diferente do Kinoid,  da Neovacs.
É um tratamento intravenoso, um anticorpo monoclonal,  o primeiro lançado no mercado americano desde o Plaquenil, em 1955. A  aspirina foi aprovada para tratar o lúpus em 1948.
O lúpus causa  úlceras, fadiga, inchaço, dores no peito e problemas de coagulação,  afeta mulheres em idade fértil com mais frequência do que os homens, e é  particularmente comum nas negras.
Cinco milhões de pessoas em  todo o mundo têm lúpus, que geralmente se manifesta entre os 15 e os 44  anos. Suas origens são incertas e não há cura conhecida."
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário