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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Síndrome do Intestino Permeável (SIP) - A pior ameaça do Séc. XXI

Ontem ao ler o jornal Correio da Paraíba, me deparei com mais um tipo de patologia, que para os especialistas já está sendo considerada a pior epidemia do Séc. XXI. Trata-se da Síndrome do Intestino Permeável (SIP), e que está intrinsecamente ligada a doenças auto-imunes, inclusive, o Lúpus. Contudo, hoje, pesquisei um pouco mais sobre a mesma, e encontrei este artigo do doutor Marcos, que fala mais a fundo do que é, as causas e consequencias da SIP, como também caminhos ao possível tratamento:

SÍNDROME DO INTESTINO PERMEÁVEL. A EPIDEMIA DO SÉC. XXI.
Fonte

A pior ameaça do séc. XXI
Começa hoje a verificar-se uma particular tomada de consciência para os problemas do ambiente que nos rodeia e em especial para a poluição e para as toxinas ambientais: pesticidas, herbicidas, aditivos alimentares, amálgamas dentárias, vacinas, etc. Estes são, sem dúvida, alguns dos factores preocupantes que agridem e stressam o nosso corpo e deterioram a nossa saúde e, contudo, a pior ameaça para a nossa saúde, vem hoje, pela primeira vez na história da humanidade, de dentro do nosso próprio organismo. Enquanto que no passado as toxinas apenas eram introduzidas na corrente sanguínea em virtude de lesões (ferimentos, acidentes, inalações) provocadas ao nosso corpo que abriam a porta para a sua entrada, elas agora franqueiam a “porta do nosso corpo” a partir do seu próprio interior.
Na verdade, o corpo tem um mecanismo maravilhoso denominado “permeabilidade intestinal selectiva” que permite que os nutrientes digeridos sejam canalizados para a corrente sanguínea ao mesmo tempo que se mantém as toxinas no seu caminho para excreção, não permitindo a estas o acesso ao sangue.
Esta barreira, que se manteve operativa, de uma forma geral, ao longo da história da humanidade, viu-se agredida e alterada, de há cerca de 50 anos para cá, pela acção irritativa dos antibióticos, dos imunosupressores e das drogas anti-inflamatórias não esteróides (NSAIDS). A SÍNDROME DO INTESTINO PERMEÁVEL (SIP) suspeita-se ser uma das principais causas de disfunção orgânica das “incuráveis” doenças crónicas da sociedade actual. Esta síndrome, sem aceitação ou tratamento médico alopático na actualidade, caracteriza-se pela inflamação e irritação do epitélio do intestino delgado conducente a uma porosidade da parede intestinal além do normal, permitindo a passagem para a corrente sanguínea de substâncias (lectinas alimentares, toxinas microbianas, bactérias, fungos, parasitas, etc.) que em condições normais seriam enviadas para excreção nas fezes. Situação que vai comprometer o funcionamento do fígado, o sistema linfático e a resposta imunitária, incluindo o sistema endócrino.

O porquê da importância da SIP
Desde logo, a SIP encontra-se quase sempre ligado ao aparecimento das denominadas doenças auto-imunes, na medida em que estas dependem da boa saúde do tracto gastrointestinal. A pessoa com uma doença auto-imune é definida como sendo aquela em que o seu sistema imunitário produz anti corpos contra os seus próprios tecidos. Nesta categoria se incluindo o lúpus, alopécia areata, artrite reumatoide, polimialgia reumática, esclerose múltipla, fibromialgia, síndrome de Sjogren, vitiligo, tiroidite, doença de Crohn, colite ulcerosa, doença de Raynaud.
A SIP é também causa primária da asma, alergias alimentares, síndrome pré menstrual, fibróide uterina e do peito. A SIP está habitualmente na origem da síndrome da fadiga crónica e de algumas deficiências imunitárias pediátricas. Os anti-corpos gerados em virtude da SIP contra os antigénios, podem afectar diferentes tecidos e despoletar uma reacção inflamatória quando ingerimos determinados alimentos ou quando o micróbio é detectado. Os anti-corpos são então criados e a inflamação torna-se crónica. Se a inflamação ocorre numa articulação, denvolve-se uma artitre auto-imune (artitre reumatóide), se é no cérebro desenvolve-se encefalomielite miálgica (síndrome da fadiga crónica), se os anti-corpos começam por atacar a parede do intestino, pode dai resultar colite ou doença de Crohn, se tal acontecer nos pulmões, surge um fenómeno asmático.
Como a inflamação que provoca a SIP também danifica a capa protectora das IGA normalmente presentes no intestino saudável e uma vez que as IGA nos ajudam a proteger das infecções, uma permeabilização intestinal torna-nos menos resistentes às viroses, bactérias, parasitas e à cândida (“candida albicans”). Assim, além da permeabilização intestinal conduzir a fenómenos alérgicos, a corrente sanguínea é invadida por bactérias e fungos que num intestino saudável não penetrariam a barreira intestinal (epitelial). Estes micróbios e as suas toxinas, se em elevada quantidade, vão comprometer decisivamente a capacidade desintoxicante do fígado. Nestas condições, torna-se possível a sua invasão à corrente sanguínea e podem colonizar livremente qualquer tecido.
A SIP provoca ainda uma carência mais ou menos generalizada de minerais na medida em que as múltiplas proteínas de transporte presentes no tracto intestinal, que são indispensáveis ao transporte dos minerais para o sangue, estão danificadas pelo processo inflamatório. Assim, um dano nas proteínas de transporte que permitem a absorção do magnésio leva à sua deficiência, com a ocorrência de dor e de espasmos (p.ex: na fibromialgia), ou uma deficiente absorção do zinco que pode conduzir a uma “Alopecia Areata”, cobre na osteoartrite e uma carência de cálcio, boro, sílice podem conduzir a uma osteoporose.

As causas do problema
A SIP, que está atingindo proporções epidémicas no seio da população dos países mais desenvolvidos, é basicamente causada pela inflamação da parede intestinal e esta tem por principais causas as seguintes:

1) ANTIBIÓTICOS: estes provocam dois danos simultâneos
a) Por um lado, destroem as bactérias intestinais benignas (vulgo flora intestinal próbiotica) que coloniza o intestino delgado e o intestino grosso e que desempenha centenas de funções indispensáveis para um são metabolismo e resposta imunitária. Através de secreções enzimáticas, as bactérias transformam os detritos do metabolismo e dos micróbios antes deles serem descargados pelo corpo hormonas, químicos, bílis, pus, toxinas víricas, bacterianas, etc.
b) Por outro lado, os antibióticos promovem o crescimento de fungos a nível intestinal. Esta situação, mais do que qualquer outra precipita o aparecimento da SIP, sendo que um dos fungos mais oportunistas, presente em todo e qualquer intestino humano, mas de forma limitada pela acção da flora intestina próbiotica, é a “candida albicans”. A cândida excreta uma solução aldeídica que leva as células do epitélio intestinal a encolher. Isto vai permitir que as toxinas intestinais se infiltrem através do epitélio para o sangue. A segunda barreira de defesa (os agentes imunitários no mucos epitelial), passa a ser o único agente de neutralização. O sistema imunitário acaba por sucumbir, por exaustão

2) ALERGIAS ALIMENTARES – as alergias alimentares são um problema que surge a par com a candidíase intestinal, potenciando e mantendo os efeitos nefastos desta. Com efeito, com a SIP os nutrientes podem ser absorvidos mesmo antes de estarem completamente digeridos, activando a resposta imunitária, portanto o antigénio do grupo sanguíneo vai identificar tais nutrientes como ameaça, produzindo uma irritação no epitélio intestinal, cada vez que aquele alimento em particular o toca.
Cada grupo sanguíneo reage a determinados tipos de alimentos, que lhe são inadequados, sendo os mais habituais o leite, os cereais (sobretudo os mais ricos em glúten e em particular o trigo, mas também o milho), os feijões, os gelados, os ovos, tomates, laranjas.
Outras causas habituais que estão na base da SIP são como referimos, os imunosupressores, os anti-inflamatórios não esteróides, deficiências enzimáticas, o consumo excessivo de álcool, hidratos de carbono refinados, a pílula contraceptiva e o stress.

O papel do sistema linfático e do fígado
A constante introdução de toxinas na corrente sanguínea que se verifica na SIP, acaba por intoxicar o nosso fígado (que tem por função a desintoxicação e descarga das substancias tóxicas em circulação), por impossibilidade deste em lidar com uma permanente “injecção” tóxica a partir do intestino. As toxinas são, então, reenviadas para a circulação, sendo que o sofisticado mecanismo de preservação da homeostase química do sangue vai levar à difusão das toxinas por todo o corpo e à solicitação do sistema linfático para as neutralizar, sem possibilidade, contudo, deste as reenviar para o fígado. O corpo começa, então, todo ele, a armazenar elevada toxicidade, sobretudo nas articulações e nos músculos, provocando o aparecimento da fibromialgia, ou nas células, produzindo mutações genéticas e, em ultima instância, cancro.
Esta toxicidade generalizada vai provocar um stress generalizado no sistema endócrino e imunitário. Abre-se a porta a que, por exaustão, o sistema imunitário não consiga mais evitar a proliferação de vírus, bactérias e fungos, produzindo um estado crónico de infecção, que, por seu turno, permite que surjam infecções oportunistas como a Epstein-Barr ou a Síndrome da Fadiga Crónica. Aquilo que começou como uma hiperactividade supra-renal e altos níveis de cortisol, acaba como uma quebra abrupta deste último e uma sensação de exaustão.

O tratamento da SIP
Muitos pensam que o segredo para resolver o problema da SIP, mormente quando ele surge em virtude da toma repetida de antibióticos (lembremos que o protocolo internacional para a suspeita de permeabilização intestinal nos refere três tomas de antibióticos durante a vida do paciente), passa pela suplementação com lactobacilos; outros crêem que a solução passa por tratar de dizimar a candidíase intestinal. Ambas soluções conduzem habitualmente ao insucesso. Isto porque não levam em consideração, a primeira, o facto de, a suplementação com lactobacilos não sobreviver no intestino em virtude do pobre terreno que estes aí vão encontrar, a segunda, porque não atende ao facto de a química e a vitalidade do terreno se encontrarem de tal forma depauperadas e alteradas que não conseguem evitar o retorno das cândidas.
A terapia deverá pois obedecer a uma estratégia concertada e faseada: primeiro, deveremos proceder a uma limpeza intestinal (p.ex: Ultra-D-Tox) a par de uma dieta estritamente adequada ao nosso grupo sanguíneo e totalmente isenta de quaisquer tipo de açúcares, alimentos refinados, leveduras e lacticínios ( a dieta é talvez a parte mais difícil de cumprir, mas é aquela que faz a diferença entre aqueles que obtêm resultados e os que não); segundo, utilizamos ervas e nutrientes para combater os fungos (p.ex: Intestinal Fungus Formula, Caprylex e YPD-Support Formula); terceiro, trataremos de regular o funcionamento hepático (p.ex: Livdetox); quarto, procederemos à regeneração do epitélio intestinal (p.ex: Pulsatilla Intestinal Formula, L-Glutamina, Multiprobiotic 4000); quinto, cuidaremos dos fluidos linfáticos e intersticiais ( p. ex: Holoplasma); sexto e ultimo passo, regularemos o sistema endócrino, o sistema imunitário, o estômago e o pâncreas.
Trata-se de um terapia com duração aproximada de 4 a 8 meses.
Eis o segredo para um corpo renascido, forte e cheio de vitalidade, garantia de uma saúde física e emocional irrepreensível em que já não são os fungos que mandam em nós (provocando-nos p.ex: uma certa apetência para doces) nem lhes permitimos que nos degradem a saúde até níveis outrora inimagináveis (doenças autoimnunes).
Aqueles que não acreditam na sua natureza como podem acreditar na natureza dos outros.


A SIP e a Medicina Tradicional Chinesa

A SIP é, como dissemos, uma situação totalmente nova na historia da Humanidade, pelo que não encontraremos nos manuais de MTC caracterização ou resposta clara para o mesmo.
As causas primárias da SIP, tais como os antibióticos, vão produzir um acentuado arrefecimento no sistema digestivo, com consequências nefastas para o Yang do Baço e quebra da harmonia deste com o Estômago. Isto vai levar à deficiência do Qi do Baço que por seu lado é indispensável à boa saúde do intestino delgado. Vai, ainda, verificar-se uma situação de “desrespeito” do Baço para com o Fígado (descarga de toxinas a partir do intestino). O Fígado vai apresentar um excesso com a consequente estagnação de Qi e de sangue.
Quando o Baço entra em deficiência, o Rim entra em excesso (WU Xing), provocando manifestações como o stress, ansiedade e insónia, mais tarde acabando por esgotar as suas reservas e conduzindo à fadiga (o Yin e o Yang do Fígado entram em deficiência, levando à exaustão das reservas do Yuan-Jing. O passo seguinte é a deficiência do Ying Qi, que circula pelos meridianos, e do Wei Qi abrindo a porta à entrada dos factores patogénicos).
O tratamento passará pela eliminação da candidíase intestinal e pela definição do pradrão Zang Fu ao qual dar prioridade: Fígado, Baço, Rim, Coração – todos poderão estar envolvidos, mas haverá que ser metódico. Não havendo perturbação do Shen é boa opção iniciar o tratamento fitoterápico pelo Fígado, depois o Baço e finalmente o Rim.
     

Um comentário:

  1. Olá.. tomei antibiótico para sinusite e depois outro diferente para garganta. Após algum tempo o cheiro da minha pele mudou, meio estranho e tomou conta do meu quarto, minha cama.
    Quando tomo banho, o cheiro sai, mas algumas horas depois ele vem voltando junto com a oleosidade do rosto. Na época dos antibióticos, lembro que tive muuuuitos gases.. Acho que detonou meu intestino.
    Será que esse cheiro no meu rosto, na pele, é devido a toxinas absorvidas no intestino? Cheiro meio rançoso, incomoda eu e as pessoas percebem.

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